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Hereditariedade vs Meio

 

Porquê que as pessoas são tão diferentes umas das outras?

 

Serão essas diferenças herdadas?

 

Desenvolvem-se a partir de experiências ambientais?

 
Ou são o resultado da interacção entre os factores hereditários e do meio?

 

 

 

    Todos somos diferentes: no modo como reagimos e agimos, nas nossas aptidões, talentos, interesses, inteligências, personalidade, ou tendência para morrer numa idade mais jovem ou mais velha. Cada ser humano tem características próprias, características que os tornam únicos. No entanto, para conseguirmos explicar este facto, temos que ter em conta dois aspectos essenciais: o meio e a hereditariedade.

    A hereditariedade é a transmissão de traços de uma geração à outra, através do processo de reprodução. O meio é toda e qualquer influência com que um indivíduo entra em contacto após o padrão hereditário ter sido estabelecido, através do plasma germinativo. 

    Assim sendo, ao conjunto de características que uma pessoa recebe por hereditariedade dá-se o nome de genótipo e ao conjunto de características que um individuo apresente, resultado da sua hereditariedade e de influência do meio, denominamos fenótipo. Algumas características hereditárias e o meio trabalham juntos para determinar a personalidade.

 

Em defesa do meio ou influência do meio

    Um indivíduo é, ao longo da sua vida, muito influenciado pelo meio. Assim, o meio é constituído por elementos que intervêm no comportamento de cada indivíduo. De realçar, que esta influência é também notória nos nove meses em que a criança está a desenvolver-se – meio intra-uterino –, uma vez que se a mãe se alimenta mal, ingere álcool, é toxicodependente, etc., estes comportamentos inadequados da mãe podem trazer problemas físicos e mentais no desenvolvimento da criança, provocando nesta uma dependência das mesmas substâncias

 

O exemplo da inteligência

   Quando uma criança está inserida num ambiente economicamente menos favorável, este é normalmente menos estimulante intelectualmente, daí que a criança tenha um Q.I mais baixo. Contudo, temos também uma situação inversa, dependendo da personalidade de cada um, visto que a mesma situação de pobreza, pode ser um estímulo para atingir um nível cognitivo mais alto que permita uma ascensão social e económica.
 

O exemplo de pessoas que foram adoptadas (afectividade)

    Crianças que foram adoptadas depois de terem vivido em orfanatos manifestaram um aumento no seu Q.I, precisamente provocado pela afectividade e consequente estímulo.

 

Em defesa da hereditariedade ou influência da hereditariedade

    A genética também tem grande influência nas características de um indivíduo. Referimos sempre a influência nas características físicas (a cor da pele, dos olhos, do cabelo, etc.), porém, a influência genética actua também sobre as estruturas orgânicas – sistema nervoso e endócrino –, que são muito importantes para o comportamento humano.
  

O exemplo dos gémeos verdadeiros

    A melhor forma de estudar estes dois factores é analisando dois gémeos verdadeiros. Ambos terão traços de carácter mais idênticos do que outro tipo de irmãos. Estes traços são os que provavelmente aparecem na herança da hereditariedade.

    Existem estudos que comprovam que gémeos verdadeiros separados à nascença e criados em meios sócio-económicos diferentes, apresentam um Q.I. semelhante, bem como, outras características de hereditariedade genética, como o temperamento, os gestos, predisposições intelectuais, etc...

 

Em defesa de ambos ou influência de ambos

    Há quem defenda que o nosso desenvolvimento é influenciado sobretudo pelo meio, ou principalmente pela hereditariedade. Porém, a hereditariedade não pode exprimir-se sem um meio apropriado, assim como o meio não tem qualquer efeito sem o potencial genético. Por isto, afirma-se que a hereditariedade e o meio interagem, determinando o desenvolvimento orgânico, psicomotor, a linguagem, a inteligência, a afectividade, etc.

    Uma criança não tem de ficar para sempre atrelada à sua formação genética, pois um gene apenas fornece a probabilidade de um traço de carácter, não é uma garantia. Então diz-se que a natureza afecta a criação e a criação afecta a natureza.

    É um erro, estabelecermos relações de causa-efeito entre o meio e a hereditariedade na influência do Q.I. ou comportamentos. Trata-se sim, de uma correlação, isto é, meio e hereditariedade interagem em conjunto com a personalidade de cada um. Por exemplo, não podemos afirmar categoricamente que um indivíduo com um nível sócio-económico baixo tenha um Q.I. baixo, é provável mas não imperativo.
    No fundo, meio, hereditariedade e personalidade (experiências pessoais, emoções…) actuam em conjunto na formação da personalidade do indivíduo.

 

 

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